Tristeza

Sei que estás triste. Sei que não passa.
Sei que as coisas não são como tu querias.
Querias que fossem mais fáceis.
Querias que dessem mais jeito.
Querias passar por elas e poderes distinguir melhor
cada coisa. Cada sentimento, cada emoção.
Pois é. Mas a vida, através de um movimento sagrado
que só ela sabe, que só ela controla, não te está a dar o que querias.
Não te está a deixar fluir. Não te está a facilitar as coisas.
A vida, por motivos que só ela conhece,
não permite que as coisas aconteçam à tua maneira.
E não podes fazer nada! Não podes alterar
a ordem natural dos acontecimentos.
Só podes ficar triste. Só podes ter pena.
Fazer o luto. Só ...
E podes relacionar-te com a tua impotência.
Perceber que o que não podes desta vez
é precisamente pensado para ser assim.
É a vida que te está a trazer essa impotência.
E em vez de olhares para o que não estás a conseguir,
olha antes para o trabalho que tens de fazer,
no sentido de perceberes e aceitares aquilo que não podes mesmo.
Pessoas e coisas, todos têm a sua própria
energia, andam para a frente mediante a sua própria energia.
E não podem mudar a sua energia
só para seguir a tua. Só porque tu queres.
Só para tu não sofreres.
Aceita isso. Chora, esperneia, mas aceita isso.
Em vez de chorares porque as coisas não
são como tu queres,
chora por por não teres poder para desejar sequer
que elas sejam como tu queres.
E vais trabalhar a impotência.
E vais crescer.
E, pelo menos, esse sofrimento valeu para alguma coisa.


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